quarta-feira, 23 de junho de 2010

Curitiba - Cidade mais sustentável do mundo


Amigos e conhecidos ao descobrirem que nasci e passei a minha infância em Curitiba, têm o hábito de me questionar: - "É bonita a cidade? Tem praias ou fica perto do mar? Já deves estar habituado a muito calor?". Eu procuro explicar que Curitiba é uma cidade que se distingue da maioria das cidades turísticas brasileiras, tendo até características de uma cidade europeia devido a: não se localizar junto ao mar; gozar de um clima mais ameno e ficar num planalto (900m de altitude); ter uma grande percentagem da população com a pele, olhos e cabelo claros; etc. É verdade que algumas dessas características não a tornam à primeira vista um cartão postal muito apetecível para umas férias de sonho, mas a metrópole seduz os visitantes pelos motivos abaixo referidos e muitos outros.

Curitiba foi eleita pelo Globe Fórum, na Suécia, a cidade mais sustentável do mundo em 2010. Os critérios utilizados na distinção da cidade foram: preservação dos recursos naturais, bem-estar e relações sociais nas cidades, inteligência e inovação nos projectos e programas, cultura e lazer, transporte, confiança no sector público e gestão financeira e patrimonial. Foram superadas as cidades de Sidney (Austrália), Murcia (Espanha), Malmo (Suécia), Songpa (Coréia do Sul) e Stargard Szczecinski (Polónia). O prémio que no ano passado foi ganho pela cidade de Cardiff (Pais de Gales), foi entregue em Estocolmo aos responsáveis da capital do Estado do Paraná no passado dia 29 de Abril.
Em Janeiro passado a cidade ganhou em Washington o Sustentainable Transport Award, pela implantação da Linha Verde. Avenida com 10 faixas de rodagem, onde se incluem vias-rápidas, vias para acessos aos bairros e comércio, vias para transportes públicos onde circulam autocarros (ônibus) apenas movidos a biocombustível e estacionamentos.
Em 2007 Curitiba também foi considerada pela revista Americana Reader's Digest a cidade brasileira com melhor qualidade de vida e uma das cinco melhores cidades para se investir na América Latina.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ainda no Oeste

À CAÇA - NAZARÉ


Quando em 1182 o cavaleiro D. Fuas Roupinho andava à caça, a cavalo, atrás de um veado, foi surpreendido por um denso nevoeiro. O mamífero possuidor de uma inteligência diabólica parecia querer atrair o alcaide para uma perigosa falésia, aproveitando-se da pouca visibilidade que se fazia sentir. Inesperadamente, o cavaleiro acabaria por se encontrar à beira de um precipício ao lado de uma gruta onde se venerava a imagem de Nossa Senhora. Só teve tempo para gritar: - Senhora valei-me! Foi o que lhe valeu a vida. Milagrosamente surgiu, debaixo das patas do cavalo, uma rocha suspensa sobre o vazio - o Bico do Milagre.

Ao contrário de D. Fuas Roupinho, a nossa caçada no ponto mais alto da Vila da Nazaré, onde se encontra o referido Bico do Milagre, não foi surpreendida por nenhum nevoeiro, muito pelo contrário, estava uma bela tarde de sol. Encontrado o local, fomos bem recebidos por umas senhoras muito simpáticas, que se dedicam ao comércio de produtos religiosos e gastronómicos típicos da região, e que são conhecidas por ser as senhoras das sete saias. Curiosos, mas delicados que somos, não nos certificamos se as senhoras tinham realmente, as tais "sete saias" vestidas. Pelo menos uma tinham, e de certo, se forem pessoas que cumprem à risca as tradições que fazem parte do folclore da Nazaré, também teriam as outras seis.

As sete saias são um traje tradicional que faz parte do folclore da Nazaré. Representam todas as atribuições bíblicas, míticas e mágicas que esse número representa. São muitas as explicações relativas às sete saias, mas a única coisa que é concensual é que este vestuário está ligado ao mar e às famílias dos pescadores da Vila.


DESAFIO - SÃO MARTINHO DO PORTO

Numa altura em que o sol já fraquejava, ainda nos restava algumas forças para tentar superar o desafio do dia - subir a Duna de São Martinho do Porto.

A praia de São Martinho do Porto caracteriza-se por ter a forma de uma concha. A parte mais arredondada da concha é a Baía, para onde o mar entra através de uma pequena abertura. Na parte mais a Norte da Praia, a caminho de Salir do Porto, encontra-se uma grande duna, de onde (do alto dos seus aproximadamente 100m) se tem um grande panorama da praia e da vila. Os 100m referidos foram o desafio ao qual estivemos sujeitos, antes de regressar a Areia Branca para jantar e descansar.

Se São Martinho estivesse presente na altura em que nos propusemos a empreender a subida, de certeza que não haveria o desafio. Bondoso como era, poupar-nos-ia o esforço, e dar-nos-ia boleia ou carona no seu inseparável cavalo.


"Duna subida, duna vencida, paisagem merecida"