segunda-feira, 3 de maio de 2010

Velho Oeste Português

QUARTEL GENERAL - PRAIA DA AREIA BRANCA



Foi numa sexta-feira 13 à noite, por volta das 21h, que nós partimos para uma Aventura Cultural tendo como destino uma zona fértil encravada entre o Oceano Atlântico e o maciço que nasce em Montejunto - Região Oeste. Território de luminosidade intensa em que a costa marítima e o campo se interligam, numa mancha verde, salpicada de casario branco e clima ameno.
Munidos de um banal GPS de telemóvel e de um precioso e actualizadíssimo mapa (que na altura da sua compra custara a módica quantia de 599 Escudos), imperava a certeza de que mais cedo ou mais tarde, encontraríamos o nosso primeiro destino - a Pousada da Juventude da Praia da Areia Branca.

Ultrapassadas as dificuldades da, sempre em obras, Auto-Estrada A8 e cumpridos os intermináveis 90 Km que nos separavam do destino, chegamos finalmente à Praia da Areia Branca. A falta de luz que esta Vila apresentava nessa altura, fazia com que a localidade parecesse uma assustadora e misteriosa Cidade Fantasma. Retornada a normalidade da situação energética, acabamos por ficar bem instalados na referida Pousada, estrategicamente posicionada junto ao mar.
É interessante estar numa praia designada de Areia Branca, ignorando a componente que dá o nome à localidade e dar uma maior profundidade ao nosso olhar para admirar a imponência de um mar que não se faz rogado em mostrar-se agressivo. Talvez a areia não seja propriamente para admirar. Como prova disso, Caetano Veloso, possivelmente citando alguém, cantava "Um dia a areia branca seus pés irão tocar...".



CONQUISTA - CASTELO DE ÓBIDOS

No sábado de manhã, após um curto passeio à beira-mar, fizemo-nos à estrada a caminho da pacata e graciosa Vila de Óbidos. Percorremos cerca de 28 Km para encontrar a "cidade fortificada" (significado do termo latino oppidum que deu origem ao nome Óbidos) que é composta por cerca de 3100 habitantes. Estávamos apreensivos mas muito motivados para cumprir a complicada missão que seria conquistar um castelo que em Fevereiro de 2007, se tornaria uma das sete maravilhas de Portugal e que, até então, só um grande português tinha conquistado - D. Afonso Henriques (1148).


Construção medieval, outrora à beira-mar, acabaria por ser tomado após alguns minutos de uma incansável caminhada, em ritmo de passeio, é claro, o rectangular irregular e reforçado por torres quadrangulares Castelo de Óbidos.

No final, o ar descontraído da vitória, tendo como pano de fundo a bonita planície que confina a leste com a fortificação. E como em todas as vitórias há sempre a devida recompensa: Aos que não estavam a antibiótico esperava-os uma magnífica ginjinha em copo de chocolate. Missão cumprida!


ALMOÇO - FOZ DO ARELHO

Estando já nutridos de alguma cultura e preparação física, o almoço esperava-nos. O destino seguinte seria uma das mais recentes vilas portuguesas - Foz do Arelho (elevada a vila em 12 de Junho de 2009).

É difícil pensar nesta praia e não nos lembrarmos, também, da intimamente ligada Lagoa de Óbidos. Antigamente dizia-se que a Lagoa dava pão e vinho, metaforizando o sustento da povoação que dela era proveniente através da pesca. Num restaurante típico da zona em que a especialidade é peixe, nós, os aventureiros, quisemos homenagear a importância da pesca na terra, almoçando um grande, suculento e belo... bife. Talvez fossemos posteriormente castigados por Nossa Senhora de Guadalupe, nome da quinta no centro histórico da povoação e em torno da qual se desenvolveu. Mas a verdade é que... há momentos na vida em que... como diz o ditado, "Peixe não puxa carroça". Ainda tínhamos uma longa tarde à nossa frente.

PASSEIO - ALCOBAÇA

Verificando que no Arelho pouco se passa, fomos para Alcobaça. A tarde cinzenta, fazia antever o recordar, no Mosteiro, de uma linda história de amor. No monumento gótico, outra das 7 maravilhas portuguesas, estavam à nossa espera D. Pedro I e D. Inês de Castro, nos seus airosos túmulos, frente um ao outro. Reza a lenda que, quando acordarem, no Juízo Final, a primeira coisa que farão será olharem imediatamente, apaixonadamente, um para o outro.